domingo, 15 de junho de 2014

acrescentam-se mais uns conselhos...


no observador...

"José Morgado, professor no departamento de psicologia da educação no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), considera que um momento de exame, com a sua “liturgia própria” – a proibição do uso de telemóveis e de certos materiais escolares e, em alguns casos, a deslocação para outra escola – retira as crianças das rotinas normais e isso pode ser “destabilizador”. Mas, de acordo com o psicólogo, para além dos exames em si, existe muitas vezes por parte dos pais e professores uma “excessiva pressão relativamente aos resultados escolares”. Nem todas as crianças lidam da mesma forma com esta exigência de excelência e, em alguns casos, a pressão pode provocar uma grande ansiedade junto dos mais novos.

O psicólogo defende que alguma ansiedade “é normal e desejável porque nos mantém concentrados”, mas um “excesso de ansiedade” pode ser um problema porque é “inibidor”, cria stress e tensão, afeta a auto-confiança e pode prejudicar o desempenho da criança, diz José Morgado. Em casos extremos, pode provocar bloqueios – as chamadas “brancas”.

Para evitar estas situações, José Morgado deixa alguns conselhos aos pais em vésperas do exame de matemática:


1. Alivie a pressão
Se sentir que o seu filho está demasiado nervoso, tente desdramatizar. Pode dizer-lhe: “Ficamos contentes que faças o esforço, mas às vezes esforçamo-nos e não corre bem”.



2. Ajuste as expectativas
É necessário olhar para o trajeto escolar do seu filho e perceber aquilo que ele pode esperar em termos de resultados. Como explica José Morgado, “um pai pode ter um filho que é um aluno médio e continuar a fazer um discurso sobre a excelência, o que pode gerar ansiedade” junto da criança. Se for este o caso, ajuste as expectativas. Incentive o melhor resultado possível, mas não cobre. Diga-lhe que é bom que ele queira melhorar, mas valorize as notas que ele tem no momento.



3. Mostre que está preocupado
Não diga frases como: “Não te preocupes…”. Segundo o psicólogo, uma atitude despreocupada por parte dos pais não é a melhor solução. As crianças vão perceber que é uma postura falsa, diz José Morgado. É saudável e desejável que os pais se importem com a avaliação dos filhos e estes precisam de sentir que os pais estão preocupados.



4. Fale com o seu filho
Pergunte-lhe o que é que o está a preocupar. “Qual é o teu problema?”, “Achas que não és capaz?”, “O que é que achas mais difícil?”. De acordo com José Morgado, falar sobre este tipo de coisas ajuda as crianças a ter consciência dos seus medos e permite aos pais devolver-lhes confiança. É pior se as crianças não falarem. “Se elas ficam sozinhos com os medos, os medos ganham volume”, diz o psicólogo.

Para além disso, ao fazer estas perguntas pode apanhar pistas sobre dificuldades em matérias específicas.



5. Não queira ser professor 
Se perceber que o seu filho tem dificuldades específicas e se não consegue ajudá-lo, não se martirize. Como explica José Morgado, os pais “não devem ser professores dos filhos porque já é muito difícil ser pai”. Em vez disso, ajude-o a olhar para aquilo de que precisa e a contactar os professores. Diga-lhe, por exemplo: “Vou falar com o diretor de turma para te ajudar”.


O que é que pode dizer ao seu filho caso o exame de português tenha corrido menos bem?
  • Segundo José Morgado, é muito importante “desfazer o efeito de contágio” e dar a entender à criança que “as notas não se pegam”. Tente evitar a ideia de que se algo correu mal, tudo vai correr mal. Diga-lhe: “Está feito o exame de língua portuguesa, vamos pensar no de matemática”.
  • Na véspera do exame volte a falar com o seu filho para tentar perceber aquilo de que ele precisa. Pergunte-lhe se ele tem dúvidas ou se precisa de alguma ajuda que os pais, irmãos, ou outros membros da família possam dar.
A dois dias do exame de matemática, o estudo feito na véspera deve servir apenas para fazer o “refreshment” e consolidar conhecimentos, como explica José Morgado.

Para as revisões finais ou para resolver uma dúvida de última hora, pode recorrer ao site Hypatiamat, uma plataforma desenvolvida pelo Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra em colaboração com a Escola de Psicologia da Universidade do Minho, onde os estudantes podem realizar, gratuitamente, exercícios de matemática retirados de exames nacionais e internacionais.

O site é interativo e permite que os jovens sejam acompanhados por tutores virtuais que dão pistas de solução. Se os alunos acederem, por exemplo, ao menu “Quero… apps para aprender”, têm acesso a uma série de exercícios “andaimados”, como explica Ricardo Pinto, investigador do Hypatiamat, onde o site resolve o exercícios por passos, demonstrando o raciocínio.

Apesar de o Hypatiamat ser direccionado a alunos do 2º e 3º ciclo, as várias matérias que disponibiliza incidem sobre competências anteriores. Assim, um aluno do 3º e do 4º ano terá muitos exercícios para fazer."


daqui.

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