Bom dia, este é o seu Expresso Curto |
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7 de Março de 2016 | ||
“Isto, e o meu coração ao lado”
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Mais um dia pode não ser um dia a mais. É segunda feira, 7 de março, e hoje o Expresso também é notícia: sucedo, sem substituir, ao Ricardo Costa como diretor do jornal fundado por Francisco Pinto Balsemão em 1973, o ano em que nasci. Começo na primeira pessoa, mas do plural, começo por nós, o Expresso, para quem a primeira pessoa não é quem escreve, é quem lê. Bom dia, caro leitor, o que fazemos é não só para si, é por si. É jornalismo. E ao dizê-lo o nosso coração brilha.
Querer o brilho também é uma forma de resistência, contra as agruras, a injustiça, a perfídia, o caos disperso do mundo. A atualidade é uma injeção, vital se não for letal, de voracidade e disso escrevo de novo no fim. No início era a o dia e o dia inicia-se com a listagem interpretada de notícias, da confirmação de vícios à informação das mudanças, da revelação da bondade à possibilidade de sol.
Abrem-se os jornais e lemos ainda sobre o que uma ex-ministra e deputada fez à imagem dos ex-ministros e deputados por um salário numa empresa financeira com quem o Estado fez e faz negócios. Lemos que um antigo presidente brasileiro amado pelo povo é detido por suspeitas de corrupção. E que esse antigo presidente negociou investimentos com um antigo primeiro-ministro português, ele próprio suspeito (ainda?) não acusado de corrupção. Lemos que o político mais ativo dos últimos trinta anos em Portugal se vai reformar. Lemos que o candidato a Presidente do país mais poderoso do mundo é um populista perigoso com vontade de usar o poder que quer tomar. Lemos que a vaga de refugiados permanece descontrolada num continente cuja União é posta em causa por um país que dela faz parte desde o ano que o Expresso foi fundado.
Mas “Esperança é a coisa com penas/Que se empoleira na alma”, escreveu Emily Dickinson. Fazer com que mais um dia não seja um dia a mais também depende de cada um de nós. Os que escrevem. Quem lê.
“Hope is the thing with feathers
That perches in the soul”
Querer o brilho também é uma forma de resistência, contra as agruras, a injustiça, a perfídia, o caos disperso do mundo. A atualidade é uma injeção, vital se não for letal, de voracidade e disso escrevo de novo no fim. No início era a o dia e o dia inicia-se com a listagem interpretada de notícias, da confirmação de vícios à informação das mudanças, da revelação da bondade à possibilidade de sol.
Abrem-se os jornais e lemos ainda sobre o que uma ex-ministra e deputada fez à imagem dos ex-ministros e deputados por um salário numa empresa financeira com quem o Estado fez e faz negócios. Lemos que um antigo presidente brasileiro amado pelo povo é detido por suspeitas de corrupção. E que esse antigo presidente negociou investimentos com um antigo primeiro-ministro português, ele próprio suspeito (ainda?) não acusado de corrupção. Lemos que o político mais ativo dos últimos trinta anos em Portugal se vai reformar. Lemos que o candidato a Presidente do país mais poderoso do mundo é um populista perigoso com vontade de usar o poder que quer tomar. Lemos que a vaga de refugiados permanece descontrolada num continente cuja União é posta em causa por um país que dela faz parte desde o ano que o Expresso foi fundado.
Mas “Esperança é a coisa com penas/Que se empoleira na alma”, escreveu Emily Dickinson. Fazer com que mais um dia não seja um dia a mais também depende de cada um de nós. Os que escrevem. Quem lê.
“Hope is the thing with feathers
That perches in the soul”
NOTÍCIAS
Cavaco Silva termina amanhã o seu segundo mandato de Presidente da República e, supõe-se, a sua carreira política – mas vai ter aulas de condução. Elogio de Luciano Amaral no Correio da Manhã: “Tal como na Espanha e na Grécia, a crise poderia ter rebentado com o sistema político. Imagine-se a coisa nas mãos de um Presidente Alegre ou Soares. Em grande parte, devemos a Cavaco o facto de isso não ter acontecido.” É um elogio raro nas edições de hoje dos jornais. Em Editorial, o Público reserva o balanço para mais tarde, quando houver distanciamento histórico: “A forma como Marcelo vai interpretar as funções da presidência será decisiva para encontrarmos o lugar certo de Cavaco na História.”
“Não poderia haver qualquer dúvida por parte dos responsáveis destas empresas [públicas portuguesas] que subscreveram os swaps sobre a dimensão dos riscos que acarretavam”, escreve o juiz inglês na sentença (citada pelo Público) que deu razão ao Santander, no caso dos nove contratos financeiros vendidos à Metro de Lisboa, Carris, Metro do Porto e STCP. Até porque nem era necessário “um elevado nível de sofisticação financeira” para perceber esses riscos. Os swaps vão penalizar défices dos próximos 11 anos, detalha o Económico. Para Francisco Ferreira da Silva, foi “o pior negócio do mundo”.
Maria Luís Albuquerque era ministra das Finanças quando a batalha do Estado contra o Santander começou. Mas é a sua contratação como administradora não executiva pela Arrow Global que a faz continuar a ser tema do dia desde o dia em que o emprego foi conhecido. “É um enorme tiro no pé”, considerou Marques Mendes. “A ex-ministra das Finanças não só fez mal, como se auto-condenou à irrelevância como deputada eleita pelos portugueses”, condena José Manuel Fernandes. Albuquerque vai ganhar cem mil euros por ano, mais do que duplicando a remuneração como deputada.
Como escreve Inês Cardoso no JN, “a principal questão não é de legalidade. É de ética, essa coisa desagradável que Matos Correia, deputado do PSD e vice de Passos Coelho, classificou como "subjetiva"”.
Maria Luís não é a única. O Correio da Manhã contou-os: há mais 38 deputados a acumular rendimentos. A maioria deles são advogados.
“Estou vivo e sou mais honesto do que vocês”, disse Lula da Silva, o primeiro presidente brasileiro em democracia a ser detido para interrogatório, por suspeitas de ter recebido “luvas” de grandes empresas brasileiras no âmbito do caso Lava Jato. Segundo o Estado de São Paulo, Lula disse que só sairia algemado para depor. O tema do impeachment de Dilma Rousseff regressa à política brasileira, se é que chegou a sair.
O jornal i explica “as ligações entre a Operação Marquês e a Lava Jato”. Isto é, as ligações entre Sócrates e Lula.
Depois de uma grande vitória jurídica contra Sócrates, que “festejou” com um suplemento de 16 páginas no sábado sobre o caso, o Correio da Manhã relembra hoje que Sócrates não se lembrava de quanto devia ao seu amigo Santos Silva.
Este domingo, no 95º aniversário do PCP, Jerónimo de Sousa explicou que há “contradições” e “discordâncias” com o PS, mas que os comunistas vão continuar a “honrar a palavra dada”, ou seja, a apoiar o Governo no Parlamento. "Motivo? Apesar de tudo, este Governo e o seu Orçamento é melhor que o do PSD/CDS". A reportagem de Rosa Pedroso Lima aqui.
Reeleito líder do PSD com 95% dos votos, Pedro Passos Coelho prometeu “promover um compromisso reformista” num “novo ciclo na vida política portuguesa”.
Em cem dias, o governo fez mil nomeações, contabiliza o jornal i.
António Figueiredo, ex-presidente do Instituto de Registos e Notariado e principal arguido dos vistos 'gold', em que é acusado de 12 crimes, pede a anulação do processo, revela o DN, por não ter sido confrontado com factos novos apresentados pela acusação. A instrução do processo arranca amanhã.
“Há fins de semana assim: vermelhos”, escreve a Mariana Cabral, sobre a derrota de ontem do FC Porto em Braga mas referindo-se à fortuna do Benfica neste fim de semana, depois de “uma lição de futebol para totós” com que bateu o Sporting em Alvalade. “O Benfica pode encomendar as faixas, é claramente favorito e vai conquistar o tricampeonato”, afirma Paulo Baldaia no DN. Mas Luís Filipe Vieira, segundo o Record, quer travar a euforia: “faltam nove finais”. No DN, António Tadeia nota que o “Sporting perdeu sete pontos nos últimos cinco jogos e tem jornadas difíceis no Porto e em Braga”.
O voo da Grécia com destino a Lisboa foi marcado para a madrugada de hoje: Portugal recebe 68 refugiados, a maioria deles sírios e iraquianos, que serão colocados em diversos pontos do país com “planos de vida”, prometeu o ministro-adjunto Eduardo Cabrita, citado pelo Público. Na próxima semana deverão chegar mais 50. Recorde-se que António Costa mostrou disponibilidade para receber 10 mil pessoas.
Tudo isto ocorre no dia da cimeira extraordinária sobre migrantes, em que os chefes de Estado e do Governo da União Europeia almoçam com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, para discutir a implementação do Plano de Ação UE-Turquia. Segue-se uma reunião informal a Vinte e Oito para discutir a crise no Espaço Schengen. Susana Frexes explica o que esperar de uma reunião que quer pôr fim à rota dos Balcãs e devolver migrantes à Turquia. Segundo o The Independent, o primeiro-ministro britânico vai anunciar o reforço da missão sem precedentes no mar Egeu, com navios da Marinha Real que terão como principal objetivo enviar refugiados e migrantes de volta para a Turquia, impedindo-os de alcançarem território europeu.
Mais vale ter trabalho precário do que estar desempregado? António Saraiva, presidente da CIP, acha que sim: “numa situação como aquela em que está a economia”, é melhor “ter um contrato a termo, com regras e respeito pelo ser humano, do que ter mais um desempregado”, diz em entrevista ao Económico e à Antena 1. Tendo em conta que Portugal foi o país da OCDE com maior quebra dos salários na economia entre 1995 e 2013 (menos 6,5 pontos percentuais no PIB, cita o Negócios), está tudo dito.
Ainda entre os países da OCDE, Portugal é o país com maior desvalorização do preço da habitação desde 2000: cerca de 26%. Notícia aqui.
PS quer equipa especial do Fisco a acompanhar "milionários", revela o Negócios. A proposta do PCP para agravar o IRS ao último escalão de rendimento foi recusada, “o que é preciso é pôr os ricos que não pagam a pagar impostos”, escreve o jornal.
O Governo reduziu para cinco anos o período de reporte de prejuízos, para efeitos fiscais, das grandes empresas, diz ainda o Negócios. As PME deverão manter os 12 anos, assim escapando ao corte.
A TAP aprova hoje em assembleia geral o empréstimo obrigacionista de 120 milhões de euros necessário para implementar o projeto da empresa. 90 milhões serão financiados pelos privados, 30 milhões pelo Estado.
Há uma corrida aos stands para comprar automóveis antes do aumento do imposto, o ISV, que pode chegar aos 18%, escreve o Negócios.
O tráfico de drogas sintéticas em Portugal é punível apenas com multa, pois vendê-las não é considerado crime, escreve o JN.
“Ladrões de cabelo branco”, titula o El Pais: os autores do roubo de Hatton Garden, o maior da história de Inglaterra, conhecem hoje a sua condenação. Há um ano, o “grupo de reformados” roubou 18 milhões de euros num golpe à antiga no bairro dos diamantes de Londres.
“Desculpe, eu estou a falar”, disse Bernie Sander, calando Hillary Clinton, num debate ontem na CNN. A discussão acendeu-se em torno do resgate à indústria automóvel americana, do armamento e das ligações a Wall Street, numa altura em que as eleições primárias do Estados Unidos prosseguem: Marco Rubio venceu este domingo em Porto Rico pelos republicanos, Sanders ganhou no Maine pelos democratas. O New York Times explica.
Nancy Reagan, que o New York Times chama de “uma influente primeira dama” dos Estados Unidos, morreu este domingo, aos 94 anos. O Quartz reuniu os principais marcos da sua vida.
A família Mello vai juntar-se à Universidade Nova de Lisboa para criar um novo centro de investigação e formação na área da Saúde. A entidade será liderada por Pedro Pita Barros e terá a sede no futuro Hospital CUF Tejo.
O desastre nuclear de Chernobyl foi há trinta anos. Reportagem do The Guardian com sobreviventes aqui.
Temporada 6, Episódio 9, um “final à americana numa série inglesa”, escreve o New York Times sobre o fim de Downton Abbey. O texto tem “spoilers”: estraga-surpresas.
FRASES
“Não poderíamos esperar que Maria Luís fosse a Lady Gaga do PSD. Talvez todos sonhassem que ela se transformasse numa versão Carmen Miranda de Margaret Thatcher. Mas não.” Fernando Sobral, no Negócios.
“Não podemos dizer que somos contra os offshores e ter um offshore na nossa própria terra”, Mariana Mortágua, sobre a Zona Franca da Madeira.
“Agora vai aquela 'comunicação social' da propaganda vermelha entrar em histeria coletiva. (…) Vai ser um fartote de vermelhice”, Bruno de Carvalho no Facebook, citado pelo Record.
“Sempre que trabalhei com Hillary Clinton foi uma grande alegria”, Angela Merkel, metendo-se onde é chamada? A citação está no Económico.
“Trump é oportunista, fascista e xenófobo”, George Clooney, no The Guardian.
“O Banco Central Europeu deve ser muito mais ousado”, Wolfgang Münchau, no DN.
O QUE EU ANDO A LER
O país e o mundo. É que todos queremos a ler quando lemos jornais. E nós, jornalistas, entre o desejo da avidez da notícia e o ensejo da nitidez do olhar, temos o poder da responsabilidade e a responsabilidade do poder. A dedicação ao leitor não é apenas um exercício, é uma possibilidade de melhorar o país e o mundo não como uma cartografia impercetível mas como o espaço social e ambiental de sete mil milhões de semelhantes com vidas que o são tão pouco. Pela revelação das iniquidades, pela defesa da liberdade, pela conquista invisível de uma só vida que seja que melhora por causa de uma linha de uma notícia. “Quanto mais velhos ficamos mais precisamos das novidades. E a maior novidade de todas é a nossa ignorância”, escreve hoje Miguel Esteves Cardoso no Público.
O Ricardo é a partir de hoje diretor geral de informação do Grupo Impresa e diretor da SIC. Sucedo-lhe admirador do seu trabalho e com gratidão pelo nosso trabalho. Não é preciso desejar felicidades quando se conhece a felicidade de trabalhar com gente assim. E de a ler: o Ricardo continuará a assinar este Expresso Curto.
No Grupo, esta segunda feita é dia de mais mudanças, com Francisco Pedro Balsemão a assumir a liderança executiva na Impresa, sob a presidência do “chairman” Francisco Balsemão, que Maria João Avillez chama hoje de “príncipe” no Observador. “Chairman” é nome de cargo, mas jornalista não é só nome de profissão, é nome de modo de pensar, de agir, de viver – de ser.
Sejamo-lo. Hoje é segunda feira, 7 de março, e fechando com quem abrimos, Emily Dickinson, “é tudo o que tenho para trazer hoje./Isto, e o meu coração ao lado”.
“It’s all I have to bring today
This, and my heart beside”
“Não poderia haver qualquer dúvida por parte dos responsáveis destas empresas [públicas portuguesas] que subscreveram os swaps sobre a dimensão dos riscos que acarretavam”, escreve o juiz inglês na sentença (citada pelo Público) que deu razão ao Santander, no caso dos nove contratos financeiros vendidos à Metro de Lisboa, Carris, Metro do Porto e STCP. Até porque nem era necessário “um elevado nível de sofisticação financeira” para perceber esses riscos. Os swaps vão penalizar défices dos próximos 11 anos, detalha o Económico. Para Francisco Ferreira da Silva, foi “o pior negócio do mundo”.
Maria Luís Albuquerque era ministra das Finanças quando a batalha do Estado contra o Santander começou. Mas é a sua contratação como administradora não executiva pela Arrow Global que a faz continuar a ser tema do dia desde o dia em que o emprego foi conhecido. “É um enorme tiro no pé”, considerou Marques Mendes. “A ex-ministra das Finanças não só fez mal, como se auto-condenou à irrelevância como deputada eleita pelos portugueses”, condena José Manuel Fernandes. Albuquerque vai ganhar cem mil euros por ano, mais do que duplicando a remuneração como deputada.
Como escreve Inês Cardoso no JN, “a principal questão não é de legalidade. É de ética, essa coisa desagradável que Matos Correia, deputado do PSD e vice de Passos Coelho, classificou como "subjetiva"”.
Maria Luís não é a única. O Correio da Manhã contou-os: há mais 38 deputados a acumular rendimentos. A maioria deles são advogados.
“Estou vivo e sou mais honesto do que vocês”, disse Lula da Silva, o primeiro presidente brasileiro em democracia a ser detido para interrogatório, por suspeitas de ter recebido “luvas” de grandes empresas brasileiras no âmbito do caso Lava Jato. Segundo o Estado de São Paulo, Lula disse que só sairia algemado para depor. O tema do impeachment de Dilma Rousseff regressa à política brasileira, se é que chegou a sair.
O jornal i explica “as ligações entre a Operação Marquês e a Lava Jato”. Isto é, as ligações entre Sócrates e Lula.
Depois de uma grande vitória jurídica contra Sócrates, que “festejou” com um suplemento de 16 páginas no sábado sobre o caso, o Correio da Manhã relembra hoje que Sócrates não se lembrava de quanto devia ao seu amigo Santos Silva.
Este domingo, no 95º aniversário do PCP, Jerónimo de Sousa explicou que há “contradições” e “discordâncias” com o PS, mas que os comunistas vão continuar a “honrar a palavra dada”, ou seja, a apoiar o Governo no Parlamento. "Motivo? Apesar de tudo, este Governo e o seu Orçamento é melhor que o do PSD/CDS". A reportagem de Rosa Pedroso Lima aqui.
Reeleito líder do PSD com 95% dos votos, Pedro Passos Coelho prometeu “promover um compromisso reformista” num “novo ciclo na vida política portuguesa”.
Em cem dias, o governo fez mil nomeações, contabiliza o jornal i.
António Figueiredo, ex-presidente do Instituto de Registos e Notariado e principal arguido dos vistos 'gold', em que é acusado de 12 crimes, pede a anulação do processo, revela o DN, por não ter sido confrontado com factos novos apresentados pela acusação. A instrução do processo arranca amanhã.
“Há fins de semana assim: vermelhos”, escreve a Mariana Cabral, sobre a derrota de ontem do FC Porto em Braga mas referindo-se à fortuna do Benfica neste fim de semana, depois de “uma lição de futebol para totós” com que bateu o Sporting em Alvalade. “O Benfica pode encomendar as faixas, é claramente favorito e vai conquistar o tricampeonato”, afirma Paulo Baldaia no DN. Mas Luís Filipe Vieira, segundo o Record, quer travar a euforia: “faltam nove finais”. No DN, António Tadeia nota que o “Sporting perdeu sete pontos nos últimos cinco jogos e tem jornadas difíceis no Porto e em Braga”.
O voo da Grécia com destino a Lisboa foi marcado para a madrugada de hoje: Portugal recebe 68 refugiados, a maioria deles sírios e iraquianos, que serão colocados em diversos pontos do país com “planos de vida”, prometeu o ministro-adjunto Eduardo Cabrita, citado pelo Público. Na próxima semana deverão chegar mais 50. Recorde-se que António Costa mostrou disponibilidade para receber 10 mil pessoas.
Tudo isto ocorre no dia da cimeira extraordinária sobre migrantes, em que os chefes de Estado e do Governo da União Europeia almoçam com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, para discutir a implementação do Plano de Ação UE-Turquia. Segue-se uma reunião informal a Vinte e Oito para discutir a crise no Espaço Schengen. Susana Frexes explica o que esperar de uma reunião que quer pôr fim à rota dos Balcãs e devolver migrantes à Turquia. Segundo o The Independent, o primeiro-ministro britânico vai anunciar o reforço da missão sem precedentes no mar Egeu, com navios da Marinha Real que terão como principal objetivo enviar refugiados e migrantes de volta para a Turquia, impedindo-os de alcançarem território europeu.
Mais vale ter trabalho precário do que estar desempregado? António Saraiva, presidente da CIP, acha que sim: “numa situação como aquela em que está a economia”, é melhor “ter um contrato a termo, com regras e respeito pelo ser humano, do que ter mais um desempregado”, diz em entrevista ao Económico e à Antena 1. Tendo em conta que Portugal foi o país da OCDE com maior quebra dos salários na economia entre 1995 e 2013 (menos 6,5 pontos percentuais no PIB, cita o Negócios), está tudo dito.
Ainda entre os países da OCDE, Portugal é o país com maior desvalorização do preço da habitação desde 2000: cerca de 26%. Notícia aqui.
PS quer equipa especial do Fisco a acompanhar "milionários", revela o Negócios. A proposta do PCP para agravar o IRS ao último escalão de rendimento foi recusada, “o que é preciso é pôr os ricos que não pagam a pagar impostos”, escreve o jornal.
O Governo reduziu para cinco anos o período de reporte de prejuízos, para efeitos fiscais, das grandes empresas, diz ainda o Negócios. As PME deverão manter os 12 anos, assim escapando ao corte.
A TAP aprova hoje em assembleia geral o empréstimo obrigacionista de 120 milhões de euros necessário para implementar o projeto da empresa. 90 milhões serão financiados pelos privados, 30 milhões pelo Estado.
Há uma corrida aos stands para comprar automóveis antes do aumento do imposto, o ISV, que pode chegar aos 18%, escreve o Negócios.
O tráfico de drogas sintéticas em Portugal é punível apenas com multa, pois vendê-las não é considerado crime, escreve o JN.
“Ladrões de cabelo branco”, titula o El Pais: os autores do roubo de Hatton Garden, o maior da história de Inglaterra, conhecem hoje a sua condenação. Há um ano, o “grupo de reformados” roubou 18 milhões de euros num golpe à antiga no bairro dos diamantes de Londres.
“Desculpe, eu estou a falar”, disse Bernie Sander, calando Hillary Clinton, num debate ontem na CNN. A discussão acendeu-se em torno do resgate à indústria automóvel americana, do armamento e das ligações a Wall Street, numa altura em que as eleições primárias do Estados Unidos prosseguem: Marco Rubio venceu este domingo em Porto Rico pelos republicanos, Sanders ganhou no Maine pelos democratas. O New York Times explica.
Nancy Reagan, que o New York Times chama de “uma influente primeira dama” dos Estados Unidos, morreu este domingo, aos 94 anos. O Quartz reuniu os principais marcos da sua vida.
A família Mello vai juntar-se à Universidade Nova de Lisboa para criar um novo centro de investigação e formação na área da Saúde. A entidade será liderada por Pedro Pita Barros e terá a sede no futuro Hospital CUF Tejo.
O desastre nuclear de Chernobyl foi há trinta anos. Reportagem do The Guardian com sobreviventes aqui.
Temporada 6, Episódio 9, um “final à americana numa série inglesa”, escreve o New York Times sobre o fim de Downton Abbey. O texto tem “spoilers”: estraga-surpresas.
FRASES
“Não poderíamos esperar que Maria Luís fosse a Lady Gaga do PSD. Talvez todos sonhassem que ela se transformasse numa versão Carmen Miranda de Margaret Thatcher. Mas não.” Fernando Sobral, no Negócios.
“Não podemos dizer que somos contra os offshores e ter um offshore na nossa própria terra”, Mariana Mortágua, sobre a Zona Franca da Madeira.
“Agora vai aquela 'comunicação social' da propaganda vermelha entrar em histeria coletiva. (…) Vai ser um fartote de vermelhice”, Bruno de Carvalho no Facebook, citado pelo Record.
“Sempre que trabalhei com Hillary Clinton foi uma grande alegria”, Angela Merkel, metendo-se onde é chamada? A citação está no Económico.
“Trump é oportunista, fascista e xenófobo”, George Clooney, no The Guardian.
“O Banco Central Europeu deve ser muito mais ousado”, Wolfgang Münchau, no DN.
O QUE EU ANDO A LER
O país e o mundo. É que todos queremos a ler quando lemos jornais. E nós, jornalistas, entre o desejo da avidez da notícia e o ensejo da nitidez do olhar, temos o poder da responsabilidade e a responsabilidade do poder. A dedicação ao leitor não é apenas um exercício, é uma possibilidade de melhorar o país e o mundo não como uma cartografia impercetível mas como o espaço social e ambiental de sete mil milhões de semelhantes com vidas que o são tão pouco. Pela revelação das iniquidades, pela defesa da liberdade, pela conquista invisível de uma só vida que seja que melhora por causa de uma linha de uma notícia. “Quanto mais velhos ficamos mais precisamos das novidades. E a maior novidade de todas é a nossa ignorância”, escreve hoje Miguel Esteves Cardoso no Público.
O Ricardo é a partir de hoje diretor geral de informação do Grupo Impresa e diretor da SIC. Sucedo-lhe admirador do seu trabalho e com gratidão pelo nosso trabalho. Não é preciso desejar felicidades quando se conhece a felicidade de trabalhar com gente assim. E de a ler: o Ricardo continuará a assinar este Expresso Curto.
No Grupo, esta segunda feita é dia de mais mudanças, com Francisco Pedro Balsemão a assumir a liderança executiva na Impresa, sob a presidência do “chairman” Francisco Balsemão, que Maria João Avillez chama hoje de “príncipe” no Observador. “Chairman” é nome de cargo, mas jornalista não é só nome de profissão, é nome de modo de pensar, de agir, de viver – de ser.
Sejamo-lo. Hoje é segunda feira, 7 de março, e fechando com quem abrimos, Emily Dickinson, “é tudo o que tenho para trazer hoje./Isto, e o meu coração ao lado”.
“It’s all I have to bring today
This, and my heart beside”
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