As Escolhas do Editor
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Uma semana, sete dias, sete escolhas de leituras imperdíveis para
este sábado. Na praia ou onde quer que esteja com o seu dispositivo
digital:
1. Como a pobreza afeta o crescimento do cérebro
"Era
conhecido que as crianças sujeitas ao chamado 'risco ambiental' - lares
desestruturados, contexto socioeconómico desfavorável, franca
intervenção do adulto - podiam apresentar sinais de atraso cognitivo.
Sabia-se também que as deficiências nutricionais se faziam sentir nos
resultados escolares e nos comportamentos. O que não se sabia era que a
pobreza tem efeitos diretos no cérebro desde a primeira infância, senão
desde o útero materno". Assim começa o texto da Luciana Leiderfarb
publicado esta segunda-feira no Diário, e que teve como ponto de partida
um estudo publicado na "Nature Neuroscience". Um verdadeiro murro no
estômago.
2. Desportivo de Fátima à espera das boas graças de Alá
O
Fátima não é um grande clube mas é um clube que nos últimos anos
conseguiu chegar e jogar várias épocas na segunda liga nacional de
futebol. Mas entretanto, como tantas vezes acontece, caiu em desgraça.
Maus negócios, despesas sem relação com as receitas, gestão ruinosa.
Resultado: o clube desceu aos campeonatos distritais. Mas a história que
contámos no Expresso Diário não é essa. É uma história de descida aos
infernos. Mas é também uma história de busca da redenção. O clube tem um
novo presidente. Ele chama-se António Pereira. Ele é padre. Ele foi o
primeiro sacerdote a jogar futebol federado em Portugal. "Isto é um
pesadelo, mas acredito que com uma nova equipa e trabalho dedicado,
voltemos a subir depressa ao campeonato nacional de seniores", afirma o
padre ao Expresso. Uma questão de fé? O texto é da Isabel Paulo e as
fotos, imperdíveis, têm a assinatura do Tiago Miranda.
3. Um dicionário que pelo(s) visto(s) fazia falta
As
cartas de amor são ridículas e, pior, podem estar ridiculamente
erradas. A nosso pedido, Manuel Monteiro, autor do "Dicionário de Erros
Frequentes da Língua", escreveu um bilhete de amor. Leia o bilhete,
tente encontrar os erros (não é fácil) e vá até ao final do artigo para
conferir a forma correta de escrever o tal bilhete de amor. Tenho
saudades tuas? Ou será tenho saudades de ti? De qualquer forma, espreite
o tema escrito pela Christiana Martins.
4. Menos seis mil empregos, menos crédito, menos lucros, mais prejuízos
Este
título é uma espécie de galeria de horrores. A galeria de horrores do
que foi a banca portuguesa (enfim, do que foi a banca mundial) nos
últimos seis ou sete anos, desde a crise desencadeada com a falência do
americano Lehman Brothers. A Isabel Vicente e a Sónia Lourenço
arregaçaram as mangas e foram olhar para o que mudou no setor financeiro
no nosso país. Ficámos com isso a saber que de 2008 a 2014 foram
eliminados em média mais de mil postos de trabalho por ano. Com
prejuízos em vez de lucros, a banca emagreceu. Cortou no crédito, vendeu
ativos, reforçou o capital, muitas vezes com a ajuda do Estado.
5. "Um passeio entre amigos"
Sob
uma chuva torrencial, há precisamente 40 anos, um marinheiro português
arriava pela última vez a bandeira que marcava a presença colonial no
Índico. Moçambique tornou-se independente, a maioria dos portugueses
retornou à metrópole e o alto-comissário, almirante Vítor Crespo, trouxe
consigo o estandarte nacional que o Expresso encontrou no Museu Militar
de Lisboa. Mas antes disso, houve negociações, abraços, tensões raciais
e êxodos que marcaram para sempre a história dos dois países. Leia o
texto que resulta da investigação de José Pedro Castanheira e Iryna
Shev. Quer já tenha ido a Moçambique, quer nunca tenha lá posto os pés.
Afinal, é um bocadinho da nossa história recente comum que é aqui
contada.
6. "E agora, para algo completamente diferente..."
John
Cleese é um dos seis membros dos Monty Python, possivelmente o mais
revolucionário grupo de humoristas dos tempos modernos, lançou uma
autobriografia cuja versão em português chega agora às livrarias, com
prefácio de Ricardo Araújo Pereira e intitulada "Ora, como eu dizia...".
O texto da Katya Delimbeuf conta alguns dos episódios da vida de
Cleese. Ficamos a saber que o próprio se considerava um "xoninhas" nos
tempos de escola. Que o seu nome era John Cheese e foi mudado quando foi
para a tropa por causa do bullying constante. Que tem alta pancada com
lemures. E que gostava de passar a ser "Jack Cheese, o artista
anteriormente conhecido como John Cleese".
7. Um russo à frente da Filarmónica de Berlim
A
Luciana Leiderfarb é por aqui na redação do Expresso a especialista em
música clássica (a par do Henrique Monteiro, claro). Esta semana
escreveu um texto que é sobre musica clássica. Mas que é muito mais do
que um texto sobre música clássica. É a fantástica e surpreendente
história de uma orquestra, a Filarmónica de Berlim, que é a mais temida
do mundo (já foi dirigida por Karajan) e que escolheu o seu novo
responsável pelo voto direto de 128 músicos que a compõem. O processo de
eleição assemelha-se ao conclave dos bispos para escolha do chefe da
Igreja Católica. Não passe sem ler esta reportagem.
Por hoje é tudo,
Tenha um grande fim de semana
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sábado, 27 de junho de 2015
a actualidade do dia-a-dia, nas escolhas do editor...!
POR Martim Silva Editor-Executivo
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