Resultados da Sondagem: A disciplina de Educação Física deve contar para a média de acesso ao ensino superior?by Alexandre Henriques |
Ficam
os resultados desta semana e a opinião de Paulo Guinote, naquela que
foi a sondagem mais votada, mais partilhada e mais comentada do
ComRegras.
Saudáveis à Força
O
tema da sondagem desta semana é bastante polémico, em especial entre
encarregados de educação. Confesso que a mim desperta alguma
perplexidade e não sei se pelas razões mais populares entre alguns
colegas.
Não
vou ser muito demorado a explicar o que penso e que é muito simples: a
média do 12º ano para efeitos de acesso ao Ensino Superior deve ser
construída a partir de disciplinas relevantes para os cursos a que
concorre o aluno. E, aliás, o meu de disciplinas de 12º ano deveria
seguir essa mesma lógica, reservando eu apenas a obrigatoriedade para
todos de terem Filosofia, por razões que acho desnecessário explicar de
forma detalhada, pois é a única disciplina verdadeiramente transversal e
essencial para a construção dos saberes, para conseguir ter um
pensamento estruturado e argumentações coerentes (para além do sentido
da vida e tudo isso).
A
partir daí, o conjunto de disciplinas deveria corresponder a uma
antecâmara da área de estudos que o aluno pretende frequentar. Ou seja,
um candidato a História, Sociologia ou Antropologia não deveria ser
obrigado a ter Geologia ou Química (mesmo se pode ter interesse do ponto
de vista da Paleontologia), assim como um candidato a Engenharia Civil
não deve ser obrigado a cursar Geografia ou Biologia. Da mesma forma,
Educação Física deveria ser parte integrante das disciplinas a
frequentar por alunos destinados a cursos ligados ao Desporto (e, no
limite, a algumas áreas ligadas à Saúde), mas não a outros em qualquer
relação com essa área do conhecimento, a menos que fosse escolhida como
opção voluntária.
Que
me desculpem os colegas de Educação Física, mas não acho razoável que a
sua disciplina tenha direitos acrescidos em relação, repetindo o que já
cima afirmei, à Filosofia. Não tenho declaração de interesses a fazer,
pois sou de História e a minha petiza adora Educação Física, sendo um
dos seus pontos fortes.
Mas,
acho um contra-senso (poderia ser mais acutilante), perder-se um óptimo
linguista ou um dotado economista (isto é que é um paradoxo), quiçá um
hábil advogado, só porque é menos coordenado e a sua nota em Educação
Física fica muito aquém do desejável. Por isso, que me desculpem os mais
de 70% dos que querem alunos universitários fisicamente em plena forma,
mas eu preferiria que eles fossem capazes de pensar em condições.
Preconceito meu, admito.
via com regras...
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