Resultados da Sondagem: Avalie o desempenho dos assistentes operacionais da sua escola. |
O Elo mais Fraco
Não
me vou ocupar com a questão da qualidade do desempenho do pessoal não
docente das escolas, chamem-lhes o que quiserem nas novas designações
tecnocráticas. Há de tudo, como em muitas farmácias e drogarias. Há o
muito bom, o bom, o razoável, o mau e o péssimo, em dosagens diversas
conforme o contexto.
Prefiro
concentrar-me numa breve análise da vulnerabilidade da situação
profissional do pessoal não docente, nomeadamente do pessoal que
assegura alguma ordem nos corredores e pátios das escolas, que nos
garante a limpeza do espaço e alguma funcionalidade dos equipamentos em
torno de salários que desmerecem a sua importância.
Vou destacar dois aspectos que acho fundamentais, não negando outros igualmente importantes:
- A vulnerabilidade quotidiana de quem tem de enfrentar mesmo na primeira linha, muita da falta de educação e civismo de muitos alunos (e mesmo encarregados de educação), com escassos meios de defesa e quantas vezes sem a compreensão de outros actores educativos, correndo riscos ainda maiores do que os professores e tendo ainda menores meios de defesa. Por vezes, enquanto professores, queixamo-nos do que poderia ser melhor e temos razão. Há sempre quem não cumpra, mas é muito mais quem cumpre e bem uma missão profundamente complicada, perante o desrespeito, a arrogância e a prepotência dos “pequenos ditadores” que raramente aceitam um reparo ou um não e que se acham na posse de todos os direitos e de nenhum dos deveres. Como, apenas a título de exemplo, aquelas criaturas que deitam para o chão toda o lixo que lhes passa pelas mãos, achando que a limpeza nasce do ar.
- A vulnerabilidade profissional, entre a escassa remuneração e a precariedade de muito pessoal que surge nas escolas, com pagamento à hora, sem quaisquer garantias de uma carreira com um horizonte que justifique os riscos corridos. Em outras paragens, o pessoal não docente é em menor número, exactamente porque a sua necessidade é menor em função de hábitos culturais bem diversos. Mas também são paragens onde a sua situação profissional não é tão precária e onde a ninguém passaria pela cabeça que este tipo de função pode ser exercido por qualquer pessoa inscrita num centro de desemprego.
Quando
me dizem que uma escola é uma organização e que se deve nortear por
princípios de eficiência e eficácia, questiono-me se tão sabedores
teorizadores consideram correcta a abominável gestão dos recursos
humanos não docentes que se pratica entre nós. Porque uma Escola é mais
do que aulas dadas entre toques e há todo um trabalho tanto de
rectaguarda como de “frente de batalha” que é essencial para o seu bom
funcionamento. E o bom desempenho do pessoal docente é essencial para a
própria imagem que é transmitida por cada escola para o exterior e para
os próprios alunos. E nem sempre há quem se lembre disso e lhe dê a
merecida importância.
via com regras...
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