créditos: AFP/DANIEL MIHAILESCU
"Esta é uma das conclusões da equipa
da OCDE que tentou perceber porque é que existe um grupo de estudantes
com fracos resultados académicos e como é possível ajudá-los a ter
sucesso, tendo por base os resultados de milhares de alunos de 15 anos
de 64 países que realizaram os testes PISA (Programme for International
Student Assessment).
Comparando os resultados dos estudantes que
não fazem TPC´s com os que dedicam entre uma a oito horas semanais, os
investigadores acreditam que uma das chaves do sucesso académico pode
estar nesta tarefa: “os estudantes que gastam seis horas semanais a
fazer trabalhos de casa têm 70% menos de hipóteses de terem uma má
performance quando comparados com os que não fazem trabalhos de casa”,
lê-se no relatório.
O estudo “Estudantes com baixo rendimento: Porque ficam para
trás e como ajudá-los a ter êxito” apresenta medidas educativas que
podem ajudar a melhorar o resultado dos alunos e traça o perfil daquele
que considera ser um estudante em risco.
Segundo
a OCDE, uma rapariga de origens socioeconómicas desfavorecidas, que
vive numa família monoparental numa zona rural e que não teve direito a
educação pré-escolar são algumas das características de risco.
Uma
jovem imigrante, que já reprovou e frequenta uma formação
técnico-profissional são outros dos traços de perfil desenhado pela
equipa da OCDE.
É perante estas características que o relatório
aponta algumas políticas que poderão ajudar a romper o ciclo de baixos
resultados académicos.
Oferecer medidas de apoio suplementar a
quem precisa o mais cedo possível, promover a participação dos
encarregados de educação e de comunidades locais, identificar os alunos
com baixos resultados e criar intervenções adaptadas às suas
necessidades são algumas das medidas defendidas no relatório.
A
OCDE defende ainda que se deve criar um ambiente exigente nos centros
escolares que apoie os alunos e que sejam oferecidos programas especiais
para os imigrantes, que falem idiomas minoritários ou que vivam em
zonas rurais.
Apostar na educação pré-escolar e limitar a criação
de agrupamentos de alunos tendo em conta as suas competências são
outras das medidas que os países devem ter em conta.
O relatório
indica ainda que os alunos com fracos resultados académicos são menos
confiantes e estão menos motivados, acabando por faltar mais às aulas ou
a dias completos de escola.
As escolas que juntam de forma
equitativa alunos favorecidos e desfavorecidos tendem a beneficiar os
estudantes mais carenciados sem prejudicar os melhores, revela ainda o
estudo.
“Os sistemas que distribuem de maneira equitativa entre
as escolas tanto os recursos educativos como os alunos poderiam
beneficiar os alunos com rendimentos mais baixos sem prejudicar os
alunos destacados”, lê-se no relatório.
A OCDE lembra que o baixo
rendimento na escola tem consequências a longo prazo tanto para as
pessoas como para os países: os alunos com baixos rendimentos aos 15
anos têm muito mais probabilidades de abandonar os estudos.
O
estudo aponta Portugal como um dos países - juntamente com a Bélgica,
Luxemburgo e Espanha - com as mais altas taxas de reprovação, defendendo
que "deveriam reconsiderar as suas políticas neste aspeto"."
no sapo, em linha...
leitura complementar:
Leia também: Alunos portugueses são dos que mais reprovam
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